sábado, 25 de abril de 2009

Aberturas experimentais

Para cada produção audiovisual sempre rolava uma idéia nova... a qualidade nunca é das melhores, mas é o que dá...hahaha

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Opinião Lobão - voto nulo

Imagens produzidas por Luis Mioto e editadas em conjunto com o coletivo mundo cão...

307 - 220 expresso coisa rápida

Inspirações...

TôLocaCaráio

Primeiras animações experimentais, produzidas com o uso mínimo de recursos.

Quem é dono do ar?

Video produzido no ano de 2006, criação da rádio livre na Universidade Estadual de Londrina (UEL), exibido apenas para os participantes da própria rádio e ao departamento de Artes visuais da mesma instituições. produzido em parceria com Luiz Mioto.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

A palavra da palavra



A palavra da palavra

Desde seu surgimento na China do início do segundo século, o papel – material manufaturado na forma de folhas finas a partir da polpa de madeira, farrapos ou outras substâncias fibrosas – vem desempenhando um papel extremamente importante na organização do cotidiano das sociedades, importância intensificada pela massificação do acesso ao papel ocasionado pela invenção da máquina de Fourdrinier, cientista francês do final do século XVIII, que aperfeiçoou a capacidade de manipulação da manufatura da polpa.

Enumeremos, então, alguns exemplos desta ‘importância’. Mesmo o indivíduo estando inteiramente presente em uma determinada ocasião, quem possuirá mais autoridade para dizer quem ele “é”, ou seja, a sua identificação, será o papel que carrega em sua carteira. Toda a história e conhecimento da humanidade tende a se concentrar em papéis guardados em estantes. A burocracia governamental se relaciona por trocas de papéis, os desejos das comunidades chegam ao aparelho burocrático através de um papel-ofício que retorna para estes grupos em forma de um papel-resposta. Equivocadamente fala-se em ‘civilização da imagem’, enquanto o que temos é justamente o autoritarismo e a ditadura do texto. Vivemos numa cultura de códigos e a imagem é o oposto do código, por princípio. Enfim, o objetivo desta tese que está neste papel que você está segurando é constatar que o papel se configura como o grande regente da sociedade contemporânea que, por isso, denominamos ‘sociedade burocrática’, mesmo entendendo que o conteúdo, ou seja, os dados que estão inscritos no papel, é quem realmente indica a importância de tal papel e, portanto, rege a sociedade, ou melhor... a palavra inserida no papel tem importância, mas quem está nas mãos dos homens e nos arquivos são os papéis, portanto, é o papel quem perde para a palavra... não..., não..., é o papel quem perde para a palavra... mas que coisa! Quero dizer que é o papel quem organiza a sociedade. Não!... Cacete, o objetivo desta tese é fazer uma defesa do papel e não da palavra. Ora, então esta tese não sabe a importância que possui a palavra, e pare de falar como se fosse uma tese e se assuma logo como escritor, ora essa! Mas quem é que está me refutando? Sou eu, a palavra, vim em minha defesa. Ah, palavra, me deixe terminar esta tese em paz, não comece com discussões metafísicas, tenho montes de fontes documentais, que inclusive são papéis, que evidenciam que o homem contemporâneo confia mais em papéis do que nos próprios homens. Mas você esquece que são os dados, que em essência são palavras, quem possuem a real importância, vim pra lhe lembrar disso, aliás, o fato de estar me expressando no seu parágrafo está me apoquentando e me confundindo, vou criar um parágrafo só para mim, assim conversaremos mais à vontade, além do mais este já está demasiado longo.

- Pronto. Agora posso falar mais livremente. Dizia eu que o papel não possui realmente uma importância em si, ele se torna dispensável cada dia mais na contemporaneidade. E posso lhe afirmar que, com o avanço dos computadores...

- Eta, palavra, sempre desprezando quem lhe é importante.

- Ora... Resolveu colocar um travessão em sua fala, escritor? Antes não o tinha e parecia que não o precisava.

Mas, não sou eu quem está falando.

- Mas quem seria então...? Papel,é você?

- É claro, acha que deixaria me caluniar assim sem fazer nada, e justamente numa tese em minha defesa? Que baixeza, palavra! Sabe que em muitos casos eu que lhe carrego nas costas, sendo que sem mim você não teria a menor importância, nem ao menos se fixaria em algum lugar, estaria sempre voando solta por aí. Mas, admito que muitas das vezes não vou para o lixo pela importância que você deposita em mim, nossa existência é composta por uma relação de dependência um com o outro, numa simbiose. Mas isso não impede, e você sabe disso, que eu tenha minhas importâncias à parte de você. Não me subestime assim. Escutou?

- Eu, palavra, não existo só no papel, por mais que tentem me apagar com borrachas, permaneço na fala do escritor, portanto, estou na boca do escritor. E mesmo se este resolver ficar mudo e tentar me controlar nos escritos, ainda estarei na cabeça, na mente do escritor, pois quando pensa em escrever, pensa em palavras. Ah, papel, você é nada, só desempenha a função burocrática, a parte chata. Por mais bonito que você se encontre, reciclado ou colorido que seja, continuo usando-o apenas como meu transporte. Só quando me canso do ambiente poluído da abstração de uma mente é que lhe procuro, pra me sentir mais limpo, mais concreto. Não percebe? Você é um espaço racionalizador de minhas múltiplas possibilidades de existência e quando me canso desta prisão de minhas formas, que é você, parto para outra mente e assim migro e me reproduzo. Você, assim que se torna dispensável, vai para o lixo.

- Transporte! Eu!? Suas crises de arrogância a fazem esquecer que você é oca, que não têm significado por si só, raciocine garota: palavra e frases sempre exprimem alguma coisa diferente delas próprias. Se me coloca em posição inferior por me usar como transporte, eu lhe digo que você, palavra, detêm um bocado destes sintomas de inferioridade, pois também é usada como instrumento de transporte, serve para carregar idéias que, aliás, podem ser interpretadas de infinitas maneiras, apenas ganhando significado através daquele que a lê. Você não é mais que um mecanismo que as pessoas usam para se comunicar, um meio e não um fim, assim como eu.

- Ora, papel, como posso ser só um mecanismo se sou dotada de vida própria? Eu, desde que nasci me reproduzo e me complexifico cada vez mais, crio mais filhas, sou mãe. E você? Cria?

- Preste atenção no que digo, palavra, justamente por ter vida é que você acaba por morrer. Se eu vou para o lixo, como diz, pior você que vai para o cemitério.

- Nem sempre morro. Também sei perdurar!

Parem com essa briga vocês dois! Imagine como ficará a situação do leitor se vocês resolverem se separar e nunca mais andarem juntos? O papel tem razão, palavra, vocês vivem numa situação de reciprocidade e... e... interdependência, até.

- Esse papel não sabe é de coisa alguma. Inclusive se eu o abandonar agora ele não terá nem como dizer qualquer coisa que seja. Não se fala sem mim.

- E o que seria dessa sua fala de agora se eu aqui não estivesse?

Percebo agora que quem realmente é importante nesta história sou eu, o escritor, pois se paro de escrever esta discussão fica por terminada.

- Quer fugir, não é, escritor? Que petulância a sua, hein!? Nos menospreza agora. Nós dois não tínhamos, até a pouco, importância? Acha-se um grande gênio, não é? Só porque teve uma sacada parcamente interessante de colocar o papel e a palavra como personagens falando com você, já está o tal. Pois saiba que vários outros tiveram idéias mais geniais do que esta com muito menos esforço. Vou lhe dar uma sugestão, escritor: vá escrever algo sobre personagens humanos, acontecimentos da vida, pois, afinal, são mais ricos e estão em todos os lugares a sua volta. Pra que, eu lhe pergunto, tanto esforço para escrever sobre uma situação imaginária, que nunca existiu e nunca existirá? Acha que alguém se interessará por isso?

- Tem razão, palavra. Esse escritor é realmente um fraco. Além de escrever um texto pequeno como este, sobre um assunto que a ninguém interessa, ainda perde o governo da situação. Onde já se viu, deixar a palavra e o papel tomarem conta da história? E, ainda por cima, olha lá embaixo.

- Onde?

- Lá, no último parágrafo do texto.

- Que é que tem?

- Pelo “Sim” que estou vendo escrito, com travessão e ponto final, lá no último parágrafo, percebo que ele ficará sem o controle da situação até o final.

- Ah, papel, aquele “Sim” deve ser meu. Eu devo estar consentindo que o escritor coloque o ponto final nesta história.

Como assim?! Como vocês estão vendo o final do...

- Ora, escritor, não venha impor a sua noção preconceituosa de temporalidade pra nós, aqui no papel não funcionam essas coisas que vocês, escritores, chamam de passado e futuro. Você já deveria saber disso!

Que absurdo! Esta tese já perdeu todo seu rumo, já não diz e não quer dizer nada e ainda tenho de tolerar dois parágrafos soltos por aí... Resta uma soluçãoooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo ooooooooooooooooooooooo - Epa! O que é esse monte de ‘o’ vindo atrás de mim?

- Palavra, acho que ele quer os parágrafos de volta.

oooooooooooooooooooooooooooooo - Papel! Papel! A margem acabou, pra onde eu vou!?

- Fale pouco que você ocupa menos espaço em mim.

ooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo

ooooo - Minha vez? Nem precisa de ameaças. Eu, como papel, prefiro só olhar, concordo que o escritor tome as rédeas de sua criação, prefiro me comportar apenas como um lugar que convida à atuação e não como coordenador de uma performance. Devolvo meu parágrafo com prazer e sem luta.

Pronto, aí está, mas se pensa que este parágrafo é exclusividade sua, escritor... se engana. Como assim? É simples, meu caro, neste parágrafo nunca estará somente a sua fala, sozinha, pois, se você englobou os parágrafos da palavra e o meu, não seríamos nós três quem agora está falando? E agora, quem está dizendo estas coisas neste instante? Sou eu mesmo? O problema é que não consigo tomar nenhum partido, nem do escritor, nem do papel, nem da palavra. Por que será? Esquizofrenia?! Bem..., deixa pra lá! Aliás, melhor, deixar nas mãos do leitor, ele é quem decide quem eu sou. Sim, sim, pois, no fim das contas, depois que o escritor escreve as palavras num papel ele acaba por sair de cena, e tanto o papel, quanto a palavra se tornam passivos, corpos jogados num campo de batalha. É o leitor quem vai dar vida aos signos já defuntos. Papel, palavra, nada têm a dizer se permanecem trancafiados numa gaveta, sem uma subjetividade que lhes ofereça qualquer sentido que seja. Você, leitor de agora, é quem faz e dá o sentido para todo esse falatório. E a cada vez que alguma mente corajosa ousa fazer uma leitura, mesmo que seja a mesma mente lendo o mesmo papel novamente, a leitura será sempre inteiramente inédita, sempre heterogênea, pois nunca o papel, as palavras ou o leitor serão os mesmos. É você, portanto, aí com seu silêncio, quem está no comando, criando como um deus, neste espaço que lhe convida, alguma coisa nova, que sou eu. É você quem está falando e eu, no fim das contas, sou você. Não é, leitor?

- Sim.

MIOTO, Luis H.PALAVRAS



Semana de Artes Cênicas - São Carlos / Araraquara

Material produzido a partir de apresentações no Sesc São Carlos e Araraquara. Referente ao dia internacional do teatro e dia nacional do circo (27 de março).

Nesta Casa...



NESTA CASA É TERMINATEMENTE PROIBIDO:

usar perfume; peidar; falar; pensar; assistir novela das oito; programas do Discovery; fazer sexo em voz alta (ou o dito meia tom); ouvir som alto;ouvir musica ruim; fumar: maconha; cigarro; ópio; pedra; chá-mate (ou marcas genéricas); acender a luz do banheiro; apagar a luz do banheiro; falar com o Reginaldo da 1200 as 14:00; passar mais de duas horas “consecutivas” na sala de tv; bater muito forte as teclas do teclado; usar incenso para desbaratinar;estender roupas em dia de chuva (ou muito vento); cozinhar e não de sujar o fogão, misturar lixo orgânico e inorgânico (caso de dúvidas consultar dicionário), dar calote no português da padaria, tirar as lâmpadas do corredor, fazer assembléias; organizar comissões, fazer festas, estudar para a prova de política na hora do almoço, deixar a toalha no sol, não dar bom dia ao seu Gerealdo e a dona Ivone e nem a Regina; proibido desacatar funcionário público (ou não); queimar o filtro do cigarro; fritar ovos (sem sal); deixar ropas jogadas na lavanderia, deixar pontas no jardim, não dar descargas, usar sabonete FEBO (alergia), escovar os dentes; ter discurso, mais de uma hora e meia de banho, chulé, suvaqueira, e odores em geral (principalmente perfumes da AVON e HERMES), ser criativo, buscar interatividade, coesão de pensamento, fofocas, falar, dormir sem colocar pijama, jogar vídeo game por mais de três dias (a não ser que não tenha pausa o jogo), usar colomi, fazer publicidade, acreditar em Deus, fumar folhas da bíblia (só se não tiver jeito), ser comunista, pós moderno, ainda mais falar sobre isso,filmes piratas (ex: piratas do caribe)filmes sobre seca e o nordeste, fome, poluição do planeta, greenpeace, wwf, ir na cervejada de economia, pedir desconto no pé na cova, chegar bêbado, tropeçar no próprio pé, não usar alvejante, ter cara de pau, ler capricho e veja, assim como super interessante, promover eventos, diálogos,pular do terceiro andar e ainda sair vivo,baixar mp3 e vídeos da internet, faltar a aula, deixar pra ultima hora, organizar o ERECE, mandar e-mail, fazer daownload, receber visitas, escrever listas, não escrever listas, paradigmas, conversa fiada, masturbação intelectual, deixar o feijão queimar, e o arroz também, cozinhar repolho roxo, abandonar bixos de estimação, jogar futebol de sabonete na área de serviço do primeiro andar, strip tease sem ampla divulgação, um tropeção idiota a cabeça no meio fio, a morte, a vida (pública ou privada), os TCC´S de ultima hora, propor mudança, não seguir o que papai e mamãe mandou, não passar a bola, bolsa de estudos, estudos, livros, revistas fitas demo, o próprio demo, missa das seis, tocar terror, pegar carona, comer amora,escrever manifestos, ficar parado, ler este texto, (já não disse que é proibido?)não quarar roupas brancas, usar fio dental, escova de cerda dura, jogar bancos de madeira pela laje do terceiro mundo, ser careca, punk, “emo” (Emotive Hardcore) nem se fala, participar de reuniões paralelas, não passar o relatório e atas ao seu Cardoso (vulgo seu madruga) assembléia de uma hora, escala de limpeza, fungos nos banheiros, sujeira, bebida, dar carona, emprestar texto, ocupar casa do estudante inadequada a moradia, a casa do reitos, jogar tomate no Reiquião, cochichar, espernear, transar sem camisinha, deixar lixo no corredor (o lixeiro ainda não passa aqui dentro), concordância verbal, e nominal, jogo do são Paulo contra o boca, e mesmo do atlético X Paraná,usar DVD de baixa qualidade, perder arquivos e fontes, tirar a comida estragada da geladeira, ter tique nervoso (aparente), usar burca, sinto de castidade, casamento, impressão a laser, usar bermuda de skatista no condor para complementar as compras, andar de skate no corredor, ser, devir,escrever nas paredes com gis, fazer colagens, usar CANETÃO, rastejar, titubiar, mudar, mause de leitura ótica, programação em cobol ou c++, jogar bituca no cinzeiro, lavar a loca, trocar utensílios, estudar na sala de estudos, pai e mãe tia e avó dar palpite na organização da casa (principalmente da avó), proibir...